O Ministério das Relações Exteriores
(MRE) confirmou que dois templos evangélicos, duas igrejas
presbiterianas e uma escola onde trabalham brasileiros foram destruídos
em Niamey, capital do Níger, país do norte da África, informa a Agência
Brasil.
Os ataques ocorreram no último sábado
(17), durante protestos contra a publicação de charges do profeta Maomé
na última edição do semanário francês Charlie Hebdo. A comunidade
brasileira no país é formada por 33 pessoas, todos missionários e
parentes, conforme informou o Itamaraty.
A Embaixada do Brasil em Cotonou, no
Benim, responsável pelas relações com Níger, mantém contato com o grupo e
garantiu que nenhum brasileiro foi ferido nos ataques. De acordo com
nota divulgada pelo Itamaraty, “todos estão em suas respectivas casas e
receberam recomendação para estocar alimentos para uma semana e evitar
deslocamentos desnecessários”. Segundo o MRE, a situação em Niamey está
mais calma.
Os locais onde os brasileiros trabalham e
que foram destruídos são dois templos evangélicos administrados pela
ONG norte-americana World Horizon, dois templos administrados pela
Igreja Presbiteriana Viva, de Volta Redonda, e a missão Casa Guerreiro
de Deus. Nos contatos com o governo do Níger, a Embaixada do Brasil em
Cotonou manifestou preocupação com a segurança da comunidade brasileira.
Representantes do MRE informaram que,
caso seja necessário, a retirada da comunidade brasileira no Níger
ocorreria pela fronteira com Burkina Faso, a mais próxima de Niamey. “A
área consular do Ministério das Relações Exteriores vem mantendo contato
direto com a embaixada brasileira para fins de monitoramento da
situação e finalização do plano de contingência a ser implementado em
caso de necessidade”.
O Níger tem recebido dezenas de milhares
de nigerianos. Eles fogem da ação brutal do grupo terrorista Boko Haram,
no Norte da Nigéria. O grupo, que usa interpretação do Islã como
justificativa para ações de terror contra a população do Norte da
Nigéria, em sua maioria muçulmanos, é apontado por algumas fontes como
um dos possíveis incentivadores dos protestos violentos do fim de
semana.
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