Unidos da Tijuca sai da avenida como forte candidata ao bicampeonato

Anderson Baltar/Do UOL, no Rio
 
UNIDOS DA TIJUCA: Sem o carnavalesco Paulo Barros, que foi para a Mocidade, e o casal de coreógrafos da comissão de frente Rodrigo Negri e Priscilla Mota, a azul e amarela levou para a Sapucaí um enredo sobre a Suíça, com uma homenagem ao destaque Clóvis Bornay ? filho de suíços, ele foi o narrador da história tijucana.,Marcelo de Jesus/UOL
A expectativa da segunda noite do desfile das escolas de samba do Grupo Especial no Rio era o duelo direto entre Portela e Beija-Flor. Duas das principais favoritas ao título desfilariam em sequência, praticamente em um duelo "mata-mata". Porém, quem foi para o sambódromo assistiu a um grande desfile da Unidos da Tijuca, que saiu da passarela como forte candidata ao bicampeonato, enquanto as duas favoritas cometeram erros que podem ser fatais para o sonho do título.
A grande surpresa foi a São Clemente, que fez um desfile tecnicamente perfeito e tem tudo para fugir das incômodas últimas colocações que têm sido recorrentes em sua trajetória. A União da Ilha arrebatou o público com um desfile divertido e criativo e a Imperatriz trouxe uma África diferenciada. Com um nível muito superior ao que foi apresentado no domingo (15), as escolas de segunda-feira largam na frente na disputa pelo título. Das escolas que passaram no dia anterior, apenas o Salgueiro pode se igualar às principais favoritas da disputa.
São Clemente
A São Clemente abriu os desfiles trazendo uma homenagem ao carnavalesco Fernando Pamplona, que marcou época imprimindo ao Salgueiro sua identidade nos anos 1960. O enredo, desenvolvido pela veterana carnavalesca Rosa Magalhães, apresentou todos os momentos da vida do cenógrafo. O abre-alas causou impacto ao trazer lendas do Acre, terra natal do artista.
No carro que representava o Theatro Municipal, a viúva de Pamplona, Zeni, e Rosa Magalhães desfilaram esbanjando simpatia. O bom samba-enredo funcionou e animou o desfile da escola, que contou com um caprichado trabalho de fantasias e trouxe para a avenida materiais que Pamplona introduziu no Carnaval, como o vime. A São Clemente desfilou compacta e sem atropelos e deixou ótima impressão, podendo sonhar com uma boa classificação.

São Clemente

 A rainha de bateria Raphaela Gomes, 16 anos, é a mais nova rainha a desfilar no Grupo Especial neste ano  Anderson Borde/AgNews
Portela
Aos gritos de "É campeã", a Portela entrou na avenida esbanjando suntuosidade. A águia, tradicional símbolo da escola, se transformou no Cristo Redentor, causando uma comoção nas arquibancadas. A escola, uma das favoritas ao título, realizou um desfile de evolução lenta por conta da comissão de frente, que teve uma coreografia muito longa.
Os carros alegóricos apresentaram problemas de iluminação e poderão ser penalizados pelos jurados. Por outro lado, o samba-enredo, tido como um dos melhores do ano, funcionou muito bem e proporcionou um desfile animado. Se entrou na avenida como uma das grandes favoritas, a Portela perdeu uma grande oportunidade de chegar à apuração como pule de dez.
À frente da escola, Zeca Pagodinho e a atriz Sheron Menezes marcaram presença. Na quinta alegoria, que representava a Lapa, o ator Aílton Graça encarnou o lendário malandro Madame Satã. No último carro, Paulinho da Viola desfilou juntamente com a velha guarda da escola.

Portela

 Carro abre-alas da Portela com a "Águia Redentora", de 18 metros ,Vanderlei Almeida/AFP
Beija-Flor
Terceira escola a desfilar, a Beija-Flor de Nilópolis entrou na avenida disposta a se reabilitar do sétimo lugar obtido no Carnaval passado. Com um visual imponente, a azul e branca trouxe para a Sapucaí mais um enredo de matriz africana, tão cara à sua trajetória no Carnaval. Exaltando a Guiné Equatorial, trouxe carros alegóricos gigantescos e fantasias esmeradas.
Com A bateria, dos mestres Plínio e Rodney, apresentou um andamento bem cadenciado. Nos setores finais da avenida, a Beija-Flor pecou em evolução, abrindo um grande buraco entre alas após o recuo da bateria – o que fatalmente custará décimos preciosos na luta pelo título. A atriz Cláudia Raia desfilou como madrinha da escola.

Beija-Flor

 Comissão de frente da Beija-Flor ,Marcelo de Jesus/UOL
União da Ilha
Brincalhona e divertida, a União da Ilha do Governador trouxe um enredo sobre a eterna busca do ser humano pela beleza. Na comissão de frente, a atriz Cacau Protásio representou Branca de Neve. Cercada de anões, fez parte de uma engraçadíssima coreografia que contou até com um príncipe encantado munido de pau de selfie.
Com alegorias e fantasias criativas, a tricolor divertiu o público trazendo um desfile de moda que contou com a personagem Olívia Palito como modelo,  brincou com os suplementos alimentares utilizados pelos "ratos de academia" e mostrou a busca pela fama através da beleza.
Com problema para colocar destaques no quarto carro alegórico, a escola teve que ficar parada na pista por alguns minutos. A última alegoria também demorou a entrar na pista, prejudicando a evolução. Apesar dos percalços, a Ilha agradou e deverá ser presença certa no desfile das campeãs.

União da Ilha

17.fev.2015 - A comissão de frente da União da Ilha contou a história da 'Preta de Neve', interpretada por Cacau Protásio ,Julio César Guimarães/UOL
Imperatriz
A Imperatriz Leopoldinense exaltou a igualdade entre as raças e homenageou Nelson Mandela com uma nova forma de apresentar o continente africano. Abusando das cores fortes e de uma estética moderna, a verde, branca e ouro fez um desfile em que a beleza das fantasias foi o grande destaque.
O samba-enredo, tido como um dos melhores do ano, foi bem cantado pelos componentes, porém não contagiou as arquibancadas. A evolução foi tranquila, sem que fosse necessário acelerar o ritmo do desfile por conta da cronometragem.
Em um tripé, na abertura do desfile, marcaram presença a jornalista Glória Maria e o craque Zico, homenageado pela escola no Carnaval passado. Personalidades negras do mundo artístico, como Elisa Lucinda, Isabel Fillardis, Antônio Pitanga e Adriana Lessa prestigiaram o desfile da Imperatriz, que também está na briga para figurar entre as seis primeiras.
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Imperatriz Leopoldinense

 A rainha de bateria Cris Viana se preparando na concentração para entrar na avenida , Claudio Andrade/FotoRioNews
Tijuca
A Unidos da Tijuca encerrou a noite mostrando o porquê de ser a atual campeã do Carnaval carioca e deixou claro que não sentiu falta do carnavalesco Paulo Barros. A azul e amarela trouxe um desfile caprichado sobre a Suíça, com alegorias belíssimas e fantasias de muito bom gosto.
A comissão de frente trouxe, com muita criatividade e bom humor, um rapaz representando o destaque Clóvis Bornay, que foi o fio condutor do enredo, trazendo, através das histórias contadas pelo pai, todos os aspectos culturais do país europeu.
As baianas desfilaram em meio à neve artificial. Outro ponto alto do desfile foi o carro da fábrica de chocolates, em que duendes jogavam bombons para o público. A bateria de mestre Casagrande foi outro destaque, com paradinhas precisas e bem ensaiadas. À frente dos ritmistas, a atriz Juliana Alves deu um show de samba no pé e comunicação com o público.
A Unidos da Tijuca realizou um desfile com pouquíssimos erros e se credenciou, com uma certa folga, a conquistar o bicampeonato na apuração da próxima quarta-feira (18).

Unidos da Tijuca

 Campeã de três dos últimos cinco carnavais, a Unidos da Tijuca foi a última escola a desfilar pelo Grupo Especial no Rio ,Marcelo de Jesus/UOL
Primeira noite
Na primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio, marcada pela forte chuva, os Acadêmicos do Salgueiro saíram da Sapucaí como o grande destaque, mas mesmo assim não deve rivalizar com o favoritismo da Unidos da Tijuca. A vermelha e branca, exaltando as delícias da culinária mineira, realizou um desfile com grande impacto visual e competente na maioria dos quesitos.
Estreando Paulo Barros como carnavalesco, a Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile criativo, porém morno. A noite ainda contou com a reabilitação da Vila Isabel, uma Grande Rio animada e leve e a Mangueira e Viradouro bastante prejudicadas pelas condições climáticas.

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