Vice-presidente do PT chama de “erro” medida da presidente Dilma


Da Folha Online:
Vice do PT faz crítica pública à política econômica de Dilma
ANDRÉIA SADI DE BRASÍLIA
Alijados do centro do poder do Palácio do Planalto, integrantes da cúpula do PT criticaram publicamente nesta quinta-feira (22) a presidente Dilma Roussef pelas medidas econômicas anunciadas pelo governo.
Vice-presidente do PT, Alberto Cantalice chamou de "erro" no Twitter o veto de Dilma à correção da tabela do Imposto de Renda. A presidente vetou o texto aprovado pelo Congresso que corrigia em 6,5% a tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas.
Segundo dirigentes ouvidos pela Folha, o artigo do ex-ministro José Dirceu nesta terça-feira (20) com reparos à política econômica de Dilma foi a "senha" para as críticas públicas. Antes, os ataques à presidente estavam circunscritos aos bastidores.
A avaliação da cúpula do PT é que Dirceu está demarcando território para fortalecer o seu "exército''. A aposta é que novas queixas surgirão após a "autorização" do ex-ministro.
No Planalto, aliados de Dilma dizem que as críticas são uma reação da corrente majoritária do PT, a Construindo Novo Brasil. Ela perdeu interlocução e cargos no novo governo. O grupo é ligado ao ex-presidente Lula.
Nesta quinta, a presidente exonerou João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, do conselho de Itaipu Nacional.
Ele foi citado na Operação Lava Jato e não conta com a simpatia de Dilma. No PT, entretanto, é uma das figuras centrais da CNB e garante apoio a Rui Falcão, presidente nacional da legenda.
Nos bastidores, petistas reagiram à saída de Vaccari. Ele foi substituído por Giles Azevedo, chefe do gabinete de Dilma no primeiro mandato. Petistas já contavam com a saída de Vaccari, mas a leitura é que Dilma "virou as costas" para membros da CNB ao indicar um nome de sua "cota" pessoal.
A CNB já havia sido escanteada na montagem do núcleo duro do governo. Dilma escalou Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) para a "cozinha" do Planalto. Ambos pertencem a uma corrente menos expressiva, a Democracia Socialista, que não se alinha à cúpula do PT.
Já Aloizio Mercadante, que chefia a Casa Civil, é da CNB, mas seus colegas o criticam por não abrir espaço para o diálogo com a corrente.

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