Sistema Alto Tietê tem pior nível em 10 anos para o mês de março

Desde que passou a ajudar o Cantareira, sistema perdeu 11,3% em volume.

Cidades que abrigam reservatórios reivindicam compensação financeira.

Pedro Carlos Leite Do G1 Mogi das Cruzes e São Paulo

Mapa de abastecimento da Sabesp (Foto: Arte/G1)
Atualmente com 37,8% da capacidade, o Sistema Alto Tietê tem o nível mais baixo dos últimos dez anos para o mês de março. Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), desde dezembro as represas da região abastecem parte da Zona Leste da capital, que normalmente é atendida pelo Sistema Cantareira. De lá para cá, o Sistema Alto Tietê viu seu volume de água cair 11,3%. A Sabesp informou que, com a mudança, 1,6 milhão de pessoas passaram a receber água do Sistema Alto Tietê e também do Guarapiranga.
O governo estadual tomou a medida de emergência em razão do nível crítico do Sistema Cantareira, mas a decisão só foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin no dia 6 de março. Contudo, a Sabesp afirma que a produção de água do sistema continua em 14,65 m³/s, mesmo após o plano de emergência. A Sabesp não informou se há um tempo limite para uso dos recursos do Alto Tietê.
Na última semana, o governador pediu em encontro com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, para usar no Sistema Cantareira a água do Rio Paraíba do Sul, que é interestadual. O volume armazenado nos reservatórios do Cantareira nesta segunda-feira (24) era de 14,5%. De acordo com a Sabesp, a água do fundo dos reservatórios do sistema poderá abastecer a Grande São Paulo por quatro meses. O chamado "volume morto" deve começar a ser usado entre julho e agosto.
Represa do Rio Jundiaí, em Mogi das Cruzes, faz parte do sistema Alto Tietê e está muito abaixo do nível normal (Foto: Edson Martins/O Diário) 
No dia 6 de março, a Represa do Rio Jundiaí, em Mogi das Cruzes, que faz parte do Sistema Alto Tietê, já estava com nível abaixo do normal (Foto: Edson Martins/O Diário de Mogi)
Implantado no início da década de 1970, o Sistema Alto Tietê, na Grande São Paulo, é formado por cinco reservatórios: Ponte Nova (Rio Tietê), no limite dos municípios de Salesópolis e Biritiba Mirim; Paraitinga (Rio Paraitinga), em Salesópolis; Biritiba (Rio Biritiba), no limite dos municípios de Biritiba Mirim e Mogi das Cruzes; Jundiaí (Rio Jundiaí), em Mogi das Cruzes; e barragem de Taiaçupeba (Rio Taiaçupeba), no limite de Mogi e Suzano. A água do sistema é tratada na Estação de Taiaçupeba, em Suzano.

Uma revindicação antiga das cidades que abrigam represas na região é uma compensação financeira pela produção de água. Um dos motivos é que o município perde muito território que poderia ser usado para seu desenvolvimento. A cidade de Salesópolis, por exemplo, abriga as represas de Paraitinga e Ponte Nova, e é um dos municípios com a maior parte da área sob proteção ambiental.

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