Funcionários divulgam imagens de local de internação de jovens na PB

Ambientes do Lar do Garoto, em Lagoa Seca, são considerados insalubres.
Fundac prevê reforma de R$ 800 mil e nova unidade em breve.

Do G1 PB

Dormitório dos adolescentes no Lar do Garoto tem infiltrações (Foto: Divulgação)

Após o relatório do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que apontou a Paraíba como o estado com a quarta pior condição de salubridade nas unidades socioeducativas para jovens infratores no país, imagens divulgadas por funcionários do Lar do Garoto em Lagoa Seca, no Agreste do estado, mostram as péssimas condições de infraestrutura da unidade para a habitação de adolescentes em conflito com a lei e para o exercício das funções dos que trabalham no local.

A direção da unidade preferiu não se pronunciar a respeito das denúncias. De acordo com a Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac), a unidade passará por uma reforma no valor de R$ 800 mil, começando pelas guaritas e dormitórios.
O prazo para início das obras ainda não foi definido. O estado também já possui recursos para aquisição de terreno e instalação de uma unidade mais moderna em Campina Grande. O processo está em fase de diálogo para parceria com a Prefeitura Municipal.
Nas imagens, é possível perceber infiltrações, goteiras, vazamentos de água no chão, fiação exposta, dormitórios, banheiros, corredores e salas sem quaisquer cuidados de higiene, pratos que servem as comidas de funcionários e adolescentes sendo secados em uma janela sobre o esgoto exposto a céu aberto, guaritas de vigilância vazias e sem condições de uso, além de um auditório inutilizado quase totalmente depredado.

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Auditório está inutilizado e depredado no Lar do Garoto (Foto: Divulgação)

Segundo a promotora da Infância de Campina Grande, Elaine Cristina, já existe um Inquérito Civil Público apurando as irregularidades no Lar do Garoto e solicitando que o estado tome providências para solucionar as dificuldades de infraestrutura no prédio.
Dentre cinco casas de internação para adolescentes avaliadas na Paraíba, os dados levantados pelo CNMP em um estudo divulgado nesta quinta-feira (8), consideraram 80% das unidades reprovadas quanto às condições precárias para manutenção dos 411 internos que cumprem medidas socioeducativas.

Pratos que servem alimentos são secados sobre
esgoto a céu aberto (Foto: Divulgação)

As unidades foram avaliadas como sem condições de higiene e de conservação, sem iluminação e sem ventilação adequadas em todos os espaços visitados pelo CNMP. Conforme o relatório, o índice negativo das cinco unidades de medidas socioeducativas na Paraíba só supera os estados de Roraima, Piauí e Sergipe, que obtiveram 100% de reprovação, e Goiás, com 85,7%.
De acordo com a presidente da Fundac, Sandra Marrocos, a Paraíba “está avançando bastante e a realidade deve acontecer a médio prazo”, com investimentos sendo concretizados no valor de R$ 4,3 milhões em reforma e ampliação de unidades em João Pessoa, Campina Grande, Lagoa Seca e Sousa, no Litoral, Agreste e Sertão.