O motoboy Sandro Dota, acusado de estuprar e matar a cunhada Bianca
Consoli em 2011, escreveu uma carta de confissão na qual assume o
assassinato da estudante, mas nega que a tenha violentado sexualmente. A
afirmação é da nova defesa do réu, que mostrou ao G1 três folhas
assinadas por ele de dentro da prisão. No documento, o preso também se
compromete a confessar que matou a estudante no seu julgamento,
remarcado para 16 de setembro em São Paulo.
Para o advogado Cristiano Medina da Rocha, que representa a família de
Bianca, a carta é apenas parte da estratégia da nova defesa e não mostra
o que ocorreu no dia do crime.
Os papéis, datados de 2 de agosto, informam que o texto foi escrito de
próprio punho por Dota de dentro da Penitenciária 2 de Tremembé,
interior do estado de São Paulo. Nesse mesmo dia, o acusado também
constituiu o advogado Aryldo de Oliveira e sua equipe para defendê-lo.
Em julho, o júri do réu que está detido preventivamente, foi anulado
depois de três dias após Dota destituir seu então defensor Ricardo
Martins. No julgamento, o motoboy chegou a alegar inocência quando foi
interrogado.
“Declaro que realmente matei Bianca Consoli, na época minha conhada
[SIC], em uma briga em sua residência, e assim confesso que matei
referida Bianca Ribeiro Consoli e maiores detalhes irei contar no dia 18
de setembro [a data foi antecipada pela Justiça para o dia 16].
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Bianca foi achada morta dentro de casa, na Zona Leste de São Paulo (Reprodução / Divulgação) |
Porém em relação ao estuplo [SIC] da referida Bianca, eu não confesso,
porque sou inocente e de forma alguma eu estuplei [SIC] a Bianca, jamais
faria isso”, informa a carta que, segundo os novos advogados, foi
escrita de livre e espontânea vontade pelo motoboy.
Para defender seu cliente, Aryldo de Paula irá atuar no próximo
julgamento ao lado dos advogados Mauro Otávio Nacif, Márcio Gomes
Modesto, Felipe Eduardo Miguel Silva, Eleonora Rangel Nacif e Ana Paula
Cortez.
Ele disse que a consciência dele pesou e está arrependido por tudo o que
fez e resolveu confessar”, comentou Paula, que pretende anexar a carta
original no processo que Dota responde por homicídio triplamente
qualificado (por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a
defesa da vítima) e estupro contra Bianca. "A importância dela é a
garantia de que ele irá confessar no júri, porque o receio da defesa é
que ele seja influenciado a não confessar o crime. Já que ele nos
confessou, a orientação é que ele confesse também em juízo.”Na carta de
confissão do assassinato da cunhada, atribuída ao motoboy, está escrito:
“Quero dizer que eu não fui à casa para mata-lá, porém devido as
sircunstâncias [SIC], brigas e discussão eu tirei a vida dela mesmo sem
eu querer”.
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Dota chegou a alegar inocência quando era investigado |
Questionado sobre o que Dota quis dizer com ‘eu tirei a vida dela mesmo
sem eu querer’, Paula explicou que, segundo o cliente, a estudante
tinha agredido o enteado do motoboy em 2011 e ele foi tirar satisfações
com Bianca. Após discutirem, a matou sem que tivesse planejado isso. O
garoto citado é filho de Daiana Ribeiro Consoli, com quem o réu estava
casado em setembro de 2011. A mulher era irmã da vítima, encontrada
morta dentro da casa dos pais no dia 13 daquele mesmo mês.
G1
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