Mais da metade das armas de fogo apreendidas no primeiro semestre na
Grande Natal estavam com adolescentes e jovens. Dos 334 revólveres,
pistolas, carabinas, fuzis, entre outros tipos de armamento recolhidos
pela Polícia Militar no período, 61% foram encontrados nas mãos de
pessoas de até 22 anos. Os dados repassados ao G1 pelo Comando da PM do
Rio Grande do Norte mostram que 27,6% das apreensões tinham o
envolvimento de menores de idade, enquanto 33,6% das armas apreendidas
foram recolhidas em poder de jovens com idades entre 18 e 22 anos. A
Polícia Militar apreendeu uma média de duas armas por dia durante o
primeiro semestre do ano. "É importante lembrar que a PM age no varejo
dessas armas. Retirando o armamento de circulação, diminuímos a
possibilidade da prática de delitos", explica o comandante da PM do RN,
coronel Francisco Araújo Silva. As 334 armas apreendidas no primeiro
semestre representam o maior número de apreensões dos últimos sete anos
no período dos seis primeiros meses do ano. Apesar do número de
apreensões, o coronel Araújo Silva lembra que para inibir os crimes
também é necessária a "repressão qualificada" das armas. "Falo
exatamente da investigação e do trabalho de inteligência. Enquanto isso
continuaremos mantendo a ostensividade para retirar o maior número de
armas de circulação", reforça. Batendo na mesma tecla, o presidente do
Conselho Estadual de Direitos Humanos, Marcos Dionísio Medeiros Caldas,
cobra um trabalho articulado entre a Polícia Civil, o Ministério Público
e o poder judiciário. "O jovem é só a ponta do problema, que ainda
envolve o tráfico de drogas e a ação de criminosos. É preciso cortar a
cadeia de alimentação das armas", opina. Dionísio chama a atenção para a
facilidade com a qual os adolescentes e jovens adquirem armas de fogo.
"Muitas delas um dia foram armas legais, adquiridas por pessoas para
proteger suas casas e que foram levadas em assaltos para a rede do
crime. Combinado com uso abusivo de álcool e drogas, também de fácil
acesso, esse armamento compõe um elemento determinante para essa guerra
civil que vivemos atualmente", avalia.
Fonte: G1 RN
0 comentários:
Postar um comentário