Uma criança de onze anos de idade foi espancada e estuprada no Parque do Povo na madrugada desta quinta-feira (21) em Campina Grande,
no Agreste da Paraíba. O médico que atendeu a criança e o Conselho
Tutelar confirmaram que ela foi estuprada. A Polícia Militar acredita
que a ação foi realizada por mais de uma pessoa, mas não soube informar
quantas exatamente. A criança teria sido obrigada a ingerir bebida
alcoólica antes de ser atacada, segundo a polícia.
Durante o
mês de junho acontece o Maior São João do Mundo, em Campina Grande. São
trinta dias com atrações juninas no Parque do Povo. A assessoria de
imprensa da prefeitura de Campina Grande disse que o crime não teria
acontecido no Parque do Povo, mas nas proximidades e a responsabilidade
seria, portanto, da Polícia Militar. Ainda foi informado que são
realizadas campanhas na cidade de combate à violência sexual infantil. A
delegada de repressão aos crimes contra a criança e o adolescente de
Campina Grande, Alba Tânia, informou que está realizando diligências e
que pretende localizar suspeitos ainda nesta quinta.
A Central
de Operações da Polícia Militar (Copom) informou que policiais
encontraram a menina muito debilitada, sangrando e chorando em uma parte
do local onde acontece a festa junina.
A garota
foi atendida ainda no Parque do Povo pelo Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência (Samu). "Ela estava chorando e sangrando muito na genitália,
o que reforça a hipótese de que a criança tenha sido estuprada. Ela
também tinha sinais de quem ingeriu algum tipo de bebida alcoólica.
Acredito que a obrigaram a beber", disse o socorrista do Samu que
realizou o atendimento à menina, Ronaldo Oliveira. Ainda de acordo com
ele, a criança estava muito confusa e não sabia explicar o que tinha
acontecido. "Ela só pedia para que a cobríssemos pois estava com frio e
apesar do sangramento, dos hematomas e do choro, a menina queria
dormir", concluiu.
A criança
foi levada para o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, mas como tinha
marcas muito fortes de agressão na região da cabeça, foi encaminhada
para o Hospital de Trauma de Campina Grande por volta das 4h desta
quinta. O médico Antônio Henriques, chefe do setor de emergência da
cidade, realizou o atendimento à criança no hospital e confirmou que a
criança foi mesmo estuprada, mas relatou que deveria esperar o laudo do
Núcleo de Medicina Legal (Numol). Ela deve passar pelos exames para
identificar se foi violentada ainda nesta quinta-feira.
A equipe de
Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) que estava de plantão
no local da festa informou à Copom que a criança estaria com um grupo de
amigas da mesma idade e que mais de uma pessoa pode ter cometido o
crime. Um suspeito foi detido, mas a amiga da vítima não o reconheceu
como autor do crime e ele foi liberado. A criança teria informado que
não tem pai e que a mãe está viajando.
Conselho Tutelar
A reportagem do G1 entrou
em contato com o Conselho Tutelar de Campina Grande e o órgão informou
que já localizou a família e que a criança mora no bairro do José
Pinheiro, na Zona Leste da cidade. Segundo o Conselho, a família não
quis assumir nenhuma responsabilidade pelo caso e os próprios
conselheiros foram até a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a
Criança e o Adolescente para prestar a queixa. O Conselho Tutelar também
confirmou que a criança foi estuprada.
O promotor
da Infância e da Juventude da cidade, Herbert Targino, disse que vai
pedir uma investigação precisa para apontar os autores desse crime
"inaceitável". O promotor falou que a Secretaria de Assistência Social
(Semas) e o Conselho Tutelar deveriam realizar uma ação mais forte no
local da festa para evitar que acontecesse este tipo de crime.
"Os
conselheiros e agentes da Semas deviam fiscalizar o tempo inteiro a
presença de crianças no parque e conduzir para casa, com a ajuda da
polícia social, as que estiverem sozinha", relatou. Quanto à família que
se recusou a denunciar o crime, o promotor afirmou que vai avaliar para
saber se tira a guarda da criança dos pais.
A criança
continua internada no Hospital de Trauma de Campina Grande, mas já está
fora de perigo. Ela ficou internada na Unidade de Tratamento Intensivo
do hospital e já está na enfermaria com ferimentos na cabeça. O médico
Antônio Henriques disse que ela vai se recuperar, mas ainda está com a
face muito inchada devido ao espancamento e precisa de um acompanhamento
psicológico e social.
Do G1/pb
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