Rio Negro ainda pode subir mais 35 centímetros até o final de junho, diz serviço geológico no AM

O nível do rio Negro, que nesta quarta-feira (16) chegou a 29,78 metros, o mais alto dos últimos 110 anos, pode subir ainda mais nas próximas semanas. A informação é da Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil no Amazonas (CPRM-AM). Segundo o órgão, o nível pode chegar a 30,13 metros até o final de junho, o que corresponde a 35 centímetros além da marca atual.

Cheia do rio Solimões deixa 90% do município de Careira da Várzea (25km de Manaus), no Amazonas, submerso de água  Chico Batata/Agecom
Moradores recorrem à passarela improvisada para passar pelas ruas do município do Careiro da Várzea (AM), castigado pelas cheias dos principais rios do Estado. Situação caótica impulsiona crescimento no número de casos de gripe e diarreia na região

De acordo com o diretor de hidrologia do CPRM-AM, Daniel Oliveira, 77% das cheias máximas são registradas em junho, quando termina o período das chuvas na bacia do rio Negro. “São três meses de chuva, abril, maio e junho. Hoje (quarta 16) ainda é o primeiro dia da segunda quinzena do segundo mês, deve vir muita chuva por aí”, disse.
Oliveira informou que o período de chuva na bacia do rio Solimões está acabando, mas que isso não influenciará na redução no nível do rio Negro justamente porque o período de chuvas dos dois rios é diferente.
Segundo informações da Defesa Civil do Estado, até o momento, são 52 municípios em Estado de Emergência, a maior parte deles no Alto Solimões. Outras duas cidades, Careiro e Anamã, estão em análise para decretação de Estado de Calamidade Pública. Ao todo, são 77.348 mil famílias atingidas. O Amazonas tem 61 municípios.
Em Manaus,  a cheia já atinge 13 bairros próximos ao rio e a igarapés e chegou ao Centro de Manaus, obrigando o fechamento de diversos comércios. Segundo a assessoria da Defesa Civil, são mais de 16.325 moradores com suas casas atingidas pela cheia.
O chefe do Serviço Hidrográfico do Porto de Manaus, Valderino Pereira da Silva, responsável pela medição há 23 anos, acompanha de perto os prejuízos causados pela cheia no centro de Manaus. “Está tudo um caos, comércio, fluxo de pessoas, trânsito. Acompanho todos os dias reclamações das mais variadas. Tem gente que vem aqui na régua só me perguntar quando que o rio vai começar a baixar”, disse.

Amazonas Solidário

A Defesa Civil informou que o Estado já distribuiu 130 mil toneladas de cestas básicas, kits de higiene pessoal, de limpeza, de medicamentos, filtros microbiológicos e hipoclorito de sódio para purificar a água para o consumo.
O governo do Estado também já distribuiu 32.290 Cartões “Amazonas Solidário”, uma espécie de benefício emergencial onde é disponibilizada a quantia de R$ 400 à famílias de 24 municípios atingidos pela enchente.

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