600 mil reféns nas mãos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Dos 212 ônibus que deveriam ter circulado, apenas dez foram para as ruas. Cinco retornaram após serem apedrejados. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press

 

 

Em Emgreve, motoristas de ônibus desrespeitam frota mínima de 30% estabelecida em lei e só 5 ônibus circulam em Natal
Sérgio Henrique Santos

Não cumprimento da frota mínima penalizou quem precisava do serviço. Foto: Fotos: Carlos Santos/DN/D.A Press
Uma manhã de tormento para o natalense que sai cedo de casa para trabalhar. Assim foi o primeiro dia útil da semana, início da greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Natal e região metropolitana. Os motoristas não respeitaram o que diz a lei de greves, que determina pelo menos 30% de funcionamento do sistema. De um total de 212 ônibus que deveriam ter deixado as garagens (os 30% da frota normal), apenas cinco veículos circularam: três da linha 33 (Planalto/Mãe Luíza), e dois da linha 40 (Cidade Nova/Mãe Luíza). Além desses, outros cinco circularam nas primeiras horas da manhã, só que foram recolhidos após terem os seus vidros quebrados. O vandalismo ocorreu com um ônibus na Avenida Deodoro da Fonseca (Centro), com outro na região do Baldo, em Cidade Alta, e com um terceiro na Praia do Meio. Funcionários das sete empresas de ônibus de Natal aderiram à greve, e mais de 600 mil usuários foram prejudicados.

As ocorrências não se limitaram ao apedrejamento dos veículos. Uma tentativa de paralisação na região onde fica o viaduto do Baldo e da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Passageiros do Rio Grande do Norte (Sintro/RN) aconteceu por volta das 7h30 da manhã. Segundo o tenente Styvenson, chefe de operações da Companhia de Policiamento Rodoviário (CPRE), os motoristas de ônibus estavam parando os transportes alternativos e obrigando os passageiros a descerem nos dois sentidos, gerando um princípio de paralisação no local. "Três viaturas do CPRE e oito motos foram enviadas ao local para interceptar a ação. A via já está sendo utilizada normalmente", informou Styvenson. "Eles obrigaram os passageiros a seguirem a pé até o Alecrim. Vamos permanecer aqui o tempo que for necessário", completou o tenente Flávio Macedo, que coordenou a operação.

O clima se acirrou entre os trabalhadores e empresários a ponto de ser preciso uma inspeção da juíza da 6ª Vara do Trabalho, Maria Auxiliadora Rodrigues, que foi até a garagem dos ônibus verificar se a frota mínima de 30% estava sendo respeitada. Ela constatou que apenas uma parte da frota da empresa Cidade das Dunas foi liberada, mas dos 15%, alguns ônibus foram recolhidos após atos de vandalismo.

Segundo o Sindicato das Empresas Transportadoras de Passageiros do Município do Natal (Seturn), os atos partiram de um táxi com placas de São Gonçalo do Amarante e de um homem em uma motocicleta, que teria atirado pedras num estilingue. Informações dão conta de um motorista da linha 33 arrancado do ônibus à força, que inclusive teria machucado o pulso.

fonte:T.N